A tal da tristeza, o que é e o que podemos fazer com ela.
- Carla Raíssa Silveira
- 12 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de mai. de 2024

A tristeza aparece com frequência no discurso das artes e das ciências. É comum encontrarmos em músicas, na literatura, na filosofia e na psicanálise.
Mas atualmente tenho visto que a tristeza tem sido tratada como algo a ser abolido, como algo que é feio sentir ou até mesmo errado. E como dá voz ao sofrimento quando não é permitido sentir?
Tenho notado também que “estar triste” tem sido trocado em muitas situações por “estar deprimido”. É importante salientar que existe uma diferença entre tristeza e depressão, e que corremos riscos em patologizar um sentimento.
A tristeza é um estado emocional que pode ser influenciado por uma variedade de fatores internos e externos. A tristeza é uma das emoções mais profundas e penetrantes que podemos experimentar como seres humanos. Dá voz a tristeza é permitir sentir ela, compreender, vivenciar e encarar ela dentro da sua realidade.
A tristeza surge quando nossos desejos são frustrados ou quando enfrentamos uma perda significativa. Esses desejos podem ser conscientes ou inconscientes, e a tristeza muitas vezes revela um conflito entre o que queremos conscientemente e as forças inconscientes que estão atuando em nossas mentes.
Por exemplo, uma pessoa pode sentir tristeza após o término de um relacionamento amoroso. Sob a superfície, essa tristeza pode estar ligada não apenas à perda da pessoa amada, mas também a uma série de desejos e expectativas não realizadas que estavam ligadas ao relacionamento. Pode haver um conflito entre o desejo consciente de estar com o parceiro e os impulsos inconscientes de auto-preservação ou necessidades emocionais não atendidas.
Além disso, a tristeza pode ser uma resposta a eventos externos que ativam memórias e associações inconscientes. Um exemplo, é quando uma pessoa sente uma onda de tristeza ao passar por um local que lembra uma experiência dolorosa. Nesse caso, a tristeza está ligada não apenas ao evento atual, mas também a lembranças e emoções antigas que foram reativadas.
Na psicanálise, o trabalho envolve explorar as origens inconscientes da tristeza e trazer à consciência. Ao compreender a sua tristeza, o indivíduo pode começar a trabalhar na resolução dos conflitos internos e no processo de luto necessário.
A tristeza também pode desempenhar um papel importante no processo de crescimento e transformação pessoal. Ela nos convida a refletir sobre o que é realmente importante em nossas vidas, a confrontar nossos desejos e expectativas, e a buscar novos significados e conexões emocionais. Ao enfrentar e integrar a tristeza, podemos emergir mais fortes, mais sábios e mais resilientes, prontos para enfrentar os desafios que a vida sempre nos apresenta.
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